Países adotam medida após aumento de ataques sexuais envolvendo imigrantes
Os imigrantes que buscam refúgio em alguns países europeus precisam assistir a aulas sobre como tratar as mulheres. Na Noruega, classes de etiqueta para pessoas provenientes de culturas mais conservadoras já são realidade desde 2011. A política, embora considerada racista pelos críticos, surgiu como opção para uma Europa abismada com os ataques sexuais da noite de Ano Novo na Alemanha – na maioria dos casos, os suspeitos são estrangeiros recém-chegados ao continente.
A Finlândia já implantou a medida, e a Bélgica planeja aplicá-la logo em seus centros de acolhida para imigrantes.
Na Dinamarca, os políticos querem que a educação sexual faça parte do curso obrigatório de idioma para refugiados.
Diferença de culturas motivou curso para imigrantes
Na Noruega, o curso foi criado há 5 anos, após uma onda de estupros envolvendo imigrantes. O objetivo das aulas é garantir que homens criados em sociedades patriarcais se insiram em um país onde os costumes podem ser considerados bastante liberais.
“O objetivo é que os participantes pelo menos saibam a diferença do que é certo e errado”, explica a gerente do centro da cidade de Sandnes, Nina Machibya.
O manual do curso estabelece uma regra simples: “forçar alguém a fazer sexo não é permitido na Noruega, mesmo que você seja casado com a pessoa em questão”.
O programa também evita abordar diferenças religiosas. “Não é a religião que estabelece as regras”, e, independentemente da fé da pessoa, “é imperativo que se obedeçam às regras e leis”.
Imigrantes aprendem sobre liberdade e igualdade das mulheres
Em um dos centros finlandeses de recepção de refugiados, Johanna trabalha como professora voluntária. Sorridente, ela usa gestos para amenizar temas mais difíceis aos imigrantes. “Na Finlândia, você não pode comprar uma esposa. Uma mulher só será sua se ela quiser – porque aqui, as mulheres são iguais aos homens”, diz ela.
A aula é traduzida para o árabe. Alunos acompanham com atenção – alguns balançam a cabeça afirmativamente, outros trocam olhares desconfiados.
Johanna continua: “você pode ir a uma discoteca com uma mulher aqui. Mas se lembre: mesmo se ela dançar bem perto e estiver com uma saia curta, não significa que ela quer fazer sexo com você”.
Um jovem somali faz um gesto de incredulidade diante das novas informações: ele puxa a blusa de lã sobre as orelhas e abaixa a cabeça.
“Esse é um país muito liberal. Temos muito a aprender. No meu país, se você fizer sexo com uma mulher, você é morto”, diz o imigrante.
Um homem do Mali também manifesta surpresa diante das palavras da professora. “Isso é impressionante. No meu país, uma mulher não deve sair sem o marido ou irmão”, diz ele.
Informações da BBC Brasil, da AFP e da RFI.
Choque de culturas em debate na pós-graduação da Verbo Jurídico
A crise migratória gerada por conflitos na África e no Oriente Médio desafia os países europeus a criarem políticas que incluam os refugiados em sociedades muito mais liberais do que eles estão acostumados. Esse choque de culturas e suas consequências fazem parte de um amplo debate sobre direitos humanos.
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