Emerson Wendt, delegado da Polícia Civil do RS e professor da Pós-Graduação em Perícia Criminal e Pós-Graduação em Direito Digital da Verbo Jurídico,  alerta sobre os riscos do PIX, novo sistema de pagamentos do Banco Central.

Lançado no final de 2020 pelo Banco Central, o sistema de pagamentos instantâneos Pix gera uma série de brincadeiras. Recentemente, viralizou uma mensagem de um rapaz contando que o “primo” foi traído pela namorada e a bloqueou. A alternativa encontrada por ela foi enviar diversos Pix de um centavo com a mensagem de desculpas. O Banco Central chegou a ser consultado se haveria possibilidade de bloqueio, mas a autoridade monetária disse que não.

Agora, há uma brincadeira que roda nas redes sociais na qual a pessoa sugere que o seguidor “faça um Pix”, ou seja, transfira dinheiro. Dependendo da quantia, a pessoa saberá o que o seguidor quer dizer. Uma delas foi, inclusive, chamada de “Pixtinder”, em alusão à rede social de relacionamentos Tinder.

Só que, para receber o dinheiro, a pessoa tem que informar a chave Pix, que, em geral, é um dado pessoal cadastrado no banco para o sistema de pagamentos. Pode ser o telefone, CPF ou e-mail. Não é indicado compartilhar nenhum deles nas redes sociais. Muito menos o CPF, alerta Emerson Wendt, secretário de Segurança de Canoas e especialista em crimes cibernéticos.

  • Com nome e CPF, os criminosos já podem pedir empréstimos. São dados extremamente sensíveis. Há inúmeras possibilidades de golpes. E isso falando somente em problemas econômicos, sem falar em outras questões de segurança. Os dados podem ser usados, por exemplo, para perseguição virtual.

Wendt lembra que os bancos ainda podem, se solicitados, criar chaves Pix aleatórias. No entanto, quando a pessoa for faz a transferência, o sistema informa o nome do recebedor. Não é tão difícil assim encontrar o CPF das pessoas, mas não há porque facilitar a ação dos cibercriminosos escancarando o dado em uma imagem na rede social.

Ao conversar com o delegado, a coluna aproveitou para questioná-lo sobre um dúvida frequente os leitores, que é se o Pix aumenta o risco em sequestro relâmpago. Ele afirmou que o perigo risco é o mesmo, ou seja, os cuidados devem ser mantidos de qualquer forma. Mas ele pensa que o Banco Central poderia determinar a criação de uma segunda senha:

  • Seria uma senha de risco para a pessoa usar nesses casos. A transferência não ocorreria efetivamente.

E ainda poderia ser uma forma de alerta de que aquela pessoa está, naquele momento, sendo vítima de um crime.

FONTE: ClicRBS

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