O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou ontem, 09/10, que deve avaliar a proposta de aumentar o número de ministros do STF somente após a eleição e disse que sua decisão sobre o tema vai depender da temperatura na corte.
“Se eu for reeleito e o Supremo baixar um pouco a temperatura… Já temos duas pessoas garantidas lá (Kassio Nunes Marques e André Mendonça). Tem mais duas vagas para o ano que vem, talvez você descarte essa sugestão”, afirmou o presidente na entrevista.
Você tem que conversar com as duas Casas [sobre] a tramitação de uma proposta nesse sentido”, disse Bolsonaro.
“E está na cara que muita gente do Supremo vai para dentro da Câmara e do Senado [com posição] contrária [à proposta], porque, se você aumenta o número de ministros do Supremo, você pulveriza o poder deles. Eles passam a ter menos poder, e lógico que não querem isso”, completou, em entrevista que teve mais de quatro horas de duração.
Depois, à noite, em uma breve entrevista a jornalistas do lado de fora do Palácio da Alvorada, afirmou que não quer “afrontar ninguém nem apresentar uma proposta que vai deixar chateado outro Poder”.
“Essa não é a ideia nossa, mas [após] uma boa conversa com a senhora Rosa Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal, eu entendo que a gente sai pacificado”, disse o presidente.
Ao ser questionado sobre o tema de aumento da composição do Supremo, Bolsonaro afirmou que “não tem nada concretizado” da parte do governo e nem sequer mandou estudar o assunto.
“Isso após a eleição a gente vê. Agora acredito que após as eleições, em especial por termos feito uma grande bancada na Câmara e no Senado, bem mais para a centro-direita, haverá equilíbrio de forças”, afirmou.
FONTE: Folha