A advogada Catharina Estrella acusou o promotor de justiça Walber Nascimento de compará-la a uma cadela durante audiência na 3ª vara do Tribunal do Júri do Amazonas, que aconteceu na terça-feira, 12.
Nas imagens divulgadas nas redes sociais, o promotor diz que não ofendeu a advogada, mas que no quesito lealdade, não poderia compará-la a uma cadela, pois o animal seria mais leal.
“Comparar vossa excelência a uma cadela é, de fato, ofensivo, mas não à vossa excelência e sim à cadela.”
Após o ocorrido, a advogada apareceu em um vídeo postado no Instagram junto com o presidente da OAB/AM, Jean Cleuter, e salientou que não precisava passar por isso no exercício da advocacia e que o juiz, ao ver as ofensas, nada fez.
“Hoje fui ofendida no meu trabalho. O juiz nada fez para impedir, então aqui está a nossa classe mostrando a unidade e pedindo respeito para que isso não ocorra com outra advogada. Eu não precisava passar por isso no exercício da minha profissão.”
O promotor também foi às redes sociais para se defender:
“São trinta e dois anos de carreira como Promotor de Justiça e nunca foi demandado por ter ofendido ou destratado qualquer colega advogado. Não vou me curvar a tentativas, seja de quem for, de denegrir a minha conduta profissional. Vou tomar as medidas judiciais cabíveis contra todos que criaram essa narrativa de que eu ofendi uma colega advogada no plenário do Tribunal do Júri. Sigo exercendo meu mister pautado pelo respeito a todos os envolvidos nos processos judiciais, sejam partes, advogados, defensores, juízes, servidores, estagiários ou auxiliares da justiça.”
Em nota, o Conselho Federal da OAB e a Comissão Nacional da Mulher Advogada repudiaram as ofensas proferidas contra a advogada:
“As falas do promotor de Justiça Walber Nascimento são desrespeitosas e revelam um conteúdo preconceituoso. A OAB tomará as medidas cabíveis para proteger as prerrogativas e a dignidade da advogada agredida e seguirá agindo de forma incisiva no combate a comportamentos desse tipo.
A Ordem expressa total e irrestrita solidariedade à Catharina Estrela e a todas as advogadas vítimas desse tipo de ataque.”
Providências
A Abracim – Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas protocolou um pedido de providências perante o CNMP para apurar a conduta do promotor.
“Juntos somos mais fortes no combate às violações, ao machismo, aos abusos e agressões que buscam ofender a advocacia criminal.
Estamos unimos e nos solidarizamos com a nossa associada Catharina Estrella e, juntos, estamos na luta por mais respeito e valorização profissional e no combate a todo e qualquer tipo de violação!”
Fonte: Migalhas