Em meio a rumores de que prepara uma minirreforma ministerial para abrir espaço ao Centrão no início do próximo ano, o presidente Jair Bolsonaro almoçou nesta terça-feira, 27, em uma churrascaria, acompanhado de quatro ministros e outros integrantes do governo.

Ricardo Salles, do Meio Ambiente, e Luiz Eduardo Ramos, titular da Secretaria de Governo, que protagonizaram um atrito público na semana passada, não compareceram.

Pela manhã, os dois ministros e todo o primeiro escalão participaram da reunião do Conselho de Governo, no Palácio da Alvorada. Apenas o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, esteve ausente por estar infectado com o coronavírus. O Estadão apurou que Bolsonaro cobrou um “pacto de silêncio” e pediu novamente aos auxiliares que evitassem expor divergências internas.

Além de Salles e Ramos, os ministros da Economia, Paulo Guedes, e do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, também são desafetos e já discutiram publicamente. Após a reunião ministerial, Bolsonaro foi convidado a ir à churrascaria pelo ministro da Controladoria-Geral da Presidência (CGU), Wagner Rosário, que frequenta o local há cerca de 20 anos. Também acompanharam os ministros Jorge Oliveira (Secretaria Geral da Presidência), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Fábio Faria (Comunicações).

De acordo com a gerência da churrascaria, cada um dos presentes pagou a conta individualmente. Eram cerca de 30 pessoas. O rodízio custa R$ 79,90, fora bebidas. Bolsonaro deixou o restaurante às 13h15 sem falar com a imprensa. Já o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, ao ser questionado se pode ser alvo da reforma e ganhar uma embaixada, reagiu: “Isso é história”. Em seguida, quando perguntado sobre mudanças no governo, não respondeu.

A previsão de que haverá uma reforma ministerial nos próximos meses circula no Palácio do Planalto, mas Bolsonaro não comenta oficialmente o assunto. Integrantes do governo dizem que Salles, criticado pela política ambiental, tem chance de ser deslocado para o Ministério do Turismo, no lugar de Marcelo Álvaro Antônio. Ramos, por sua vez, pode ganhar um “cargo de prestígio”, mas o posto ainda não estaria definido.

FONTE: Diário da Região

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