O DJ Rennan da Penha foi absolvido da uma acusação de associação ao tráfico de drogas. O processo tramitava desde 2015 e a decisão pela liberdade é do Superior Tribunal de Justiça (STJ) nesta quinta-feira (1).
“Vitória do funk e da favela, Rennan da Penha foi absolvido! Sempre acreditamos na justiça”, publicou o artista em suas redes sociais.
No último mês, o caso passou a ser defendido pelo Instituto de Defesa da População Negra (IDPN). Nesta semana, a instituição usou como argumento o caso de Marcos Paulo Gonzaga de Carvalho, corréu de Rennan no mesmo processo.
Marcos foi absolvido pelo STJ por falta de provas. Como Rennan estava na mesma situação, o Habeas Corpus foi aceito e o DJ agora é considerado inocente.
O DJ foi preso em 2019. Investigadores afirmaram que, cinco anos antes, o artista atuava como “olheiro” de criminosos na comunidade Vila Cruzeiro, alertando por aplicativos de mensagens os traficantes sobre a presença de policiais na região.
Na época, Rennan comentou o seu contato com moradores da comunidade da Penha.
“Me acusam de olheiro, que dava informações por onde a polícia passava naquela comunidade. Mas foi um mal-entendido devido que todo mundo se comunica na comunidade. Toda vez que tem uma operação todos os moradores se comunicam, entendeu? Colocaram isso como se fosse atividade do tráfico”, explicou o DJ Rennan.
No processo, uma testemunha aponta Rennan como “DJ dos bandidos”, “sendo ele responsável pela organização de bailes funks proibidos nas comunidades do Comando Vermelho, para atrair maior quantidade de pessoas e aumentar as vendas”.
O DJ se entregou e ficou preso de maio a novembro de 2019. Posteriormente pode recorrer em liberdade dos processos.
“Não dava para ficar foragido, sem trabalhar. Então é melhor eu estar me entregando, cumprindo com o que eu tenho que cumprir porque a Justiça vai ser feita de uma forma ou de outra. Voltar para o meu palco, meus bailes”, disse o DJ à Seap quando se entregou.
A condenação foi alvo de críticas por parte de movimentos sociais e de instituições, como a OAB, que enxergam no caso uma tentativa de criminalização do funk. Nas redes sociais, fãs do DJ mostram insatisfação com a decisão. Um ato chegou a ser organizado pedindo liberdade para Rennan.
Fonte: G1