A montadora norte-americana Ford, que anunciou nesta semana que encerrará a produção de veículos no Brasil, foi alvo de 4.930 processos trabalhistas entre 2014 e 2021. O valor total das causas é de R$ 897,88 milhões.

O número inclui ações ativas, arquivadas e suspensas. Quando considerados apenas os processos ativos, são 3.534 ações na Justiça do Trabalho, com causas no valor total de R$ 694,86 milhões. 

Dentro do mesmo período, levando em conta apenas as decisões de primeiro grau, o total das condenações contra a Ford somam R$ 177,5 milhões, enquanto os acordos somam R$ 15,4 milhões. O valor médio por condenação é de R$ 67 mil. 

Do total de processos, 43,98% foram julgados parcialmente procedentes; 3,04% procedentes; 15,76% improcedentes; em 7,75% se chegou a um acordo; e 21,24% ainda estão pendentes de julgamento. Nos desfechos não foram consideradas as ausências de pressupostos, desistências e extinções da execução. 

A maioria das ações foi movida em São Paulo e na Bahia, estados onde se localizam as maiores fábricas da Ford — em Taubaté e Camaçari, respectivamente. A unidade de São Bernardo (SP) foi fechada em 2019. E a empresa ainda produzia os jipes Troller, em Horizonte (CE). 

A pesquisa da Data Lawyer foi feita com base em publicações da Justiça do Trabalho, do mesmo modo em que é feito o levantamento do Termômetro Covid-19, parceria entre a startup, o Fintedlab e a ConJur para monitorar as ações ajuizadas por causa da epidemia do novo coronavírus. 

Grande número de processos
A Ford dava sinais de que já não se interessava tanto pelo Brasil há pelo menos seis anos, quando a empresa interrompeu os ciclos de investimentos no país. Dois anos atrás, houve mais um episódio significativo: o fechamento da fábrica no ABC paulista. A epidemira de Covid-19 adicionou novos problemas, entre eles a desvalorização cambial.

O volume excessivo de processos trabalhistas seria mais um dos fatores a contribuir para esse cenário. Voltou a circular a estimativa de que o número de processos abertos no Brasil, sozinho, é maior do que o de ações movidas contra a Ford em todos os outros países do mundo juntos (a informação consta na coluna do jornalista Amauri Segalla, no Estado de Minas, e foi reproduzida nas redes sociais).

A ConJur tentou falar com a Ford para confirmar esse dado, mas a assessoria de comunicação não atendeu às ligações da redação. 

FONTE: Conjur

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