O presidente Jair Bolsonaro criticou neste domingo (18.jul.2021) o aumento do Fundo Eleitoral para R$ 5,7 bilhões aprovado pelo Congresso na última semana.
Disse a jornalistas na saída do hospital onde estava internado em São Paulo que “vai buscar dar bom final a isso“.
O texto do Fundo Eleitoral foi aprovado na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2022 na 5ª feira (15.jul.2021). A norma aprovada contém a possibilidade de aumentar o fundo, usado por partidos e candidatos para fazer campanha. Os recursos destinados a esse fim podem chegar a R$ 5,7 bilhões. Em 2020 foram R$ 2 bilhões.
Bolsonaro declarou que com o novo valor, seus ministros poderiam asfaltar todas as rodovias do Brasil ou levar água ao Nordeste.
“Sigo a minha consciência e sigo a economia e a gente vai buscar dar um bom final para isso daí. Afinal de contas, eu já antecipo, R$ 6 bilhões para fundo eleitoral, pelo amor de Deus. R$ 6 bilhões na mão do Tarcísio (Infraestrutura), ele recapearia grande parte da malha rodoviária do Brasil, R$ 6 bilhões na mão do Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), ele concluiria a água para o Nordeste.”
Bolsonaro criticou Marcelo Ramos (PL-AM). Foi o deputado que presidiu a sessão do Congresso que aprovou o novo fundo. O presidente diz que ele impediu que a votação em separado sobre os recursos eleitorais fosse feita nominalmente, quando há contagem de votos.
A votação foi simbólica, por isso o chefe do Executivo saiu em defesa de congressistas da base que estão sendo criticados por terem votado a favor da LDO.
“Pelo amor de Deus o Estado do Amazonas ter um parlamentar como esse, pelo amor de Deus. Ele atropelou, ignorou, passou por cima e não botou em votação o destaque. Obrigado aos parlamentares que votaram a LDO, todos eles estão sendo acusados injustamente de ter botado esse Fundão”, disse Bolsonaro.
O deputado amazonense divulgou nota em resposta a Bolsonaro, na qual diz que o presidente se nega a assumir responsabilidade sobre a pandemia no Brasil e o desafiou a vetar o fundo eleitoral.
“Se depender do Bolsonaro ele não é responsável por nenhuma das mais de 530 mil pessoas mortas na pandemia, nem por 15 milhões de desempregados, nem por 19 milhões de brasileiros com fome e nem mesmo pela escandalosa tentativa de roubo na compra de vacinas. Ele deveria é dizer que vai vetar, mas vai tentar arrumar alguém para responsabilizar também, porque é típico dele e dos filhos correr das suas responsabilidades e obrigações”, declarou.