Alice no país das maravilhas. Um livro, um filme, algumas verdades.
Para alguns, filmes e livros assim apenas passam como diversão. Contudo, podemos extrair lições importantes, inclusive para o universo empresarial, de fábulas e contos.
Destaco 3 passagens do livro para reflexão:
“Gatinho de Cheshire” começou um pouco tímida, pois não sabia se ele gostaria do nome, mas ele abriu ainda mais o sorriso. “Vamos, parece ter gostado até agora”, pensou Alice, e continuou: “Poderia me dizer, por favor, que caminho devo tomar para sair daqui?”
“Isso depende bastante de onde você quer chegar”, disse o Gato.
“O lugar não importa muito…”, disse Alice.
“Então não importa o caminho que você vai tomar”, disse o Gato. (p. 84)
Quais os rumos que você está tomando no seu departamento jurídico? Você quer ser analista pra sempre? Quer ser apenas mais um advogado dentro da empresa? Sonha com cargos de gerência, coordenação ou direção?
E se sonha com estes cargos, o que tem feito para merecer estar lá?
Conhece a empresa como ninguém? Comanda equipe? Compreende as estratégias da empresa de posicionamento no mercado?
“Nesta direção”, disse o Gato, girando a pata direita, “mora um Chapeleiro. E nesta direção”, apontando com a pata esquerda, “mora uma Lebre de Março. Visite quem você quiser, ambos são loucos.”
“Mas eu não ando com loucos”, observou Alice.
“Oh, você não tem como evitar”, disse o Gato, “somos todos loucos por aqui. Eu sou louco. Você é louca.”
“Como é que sabe que eu sou louca?”, disse Alice.
“Você deve ser”, disse o Gato, “senão não teria vindo pra cá.” (p. 84-85)
Não de loucura em si, mas o alerta serve para pensar: O que estamos fazendo da nossa vida? O que temos feito do nosso universo particular para ser uma loucura ou um santuário?
E se estamos todos nesta loucura ou santuário, o que podemos fazer para ser diferente? Como serei eu um destaque em diferença ao colega ao lado, se temos a mesma qualificação, o mesmo trabalho, mesma função? A resposta está na própria loucura, ou seja, na tua atitude. Seja louco/racional, seja louco/estudioso, seja louco/criativo, seja louco/conhecedor do mercado. Isto fará o diferencial.
Alice suspirou cansada. “Acho que você poderia aproveitar melhor o seu tempo”, disse, “em vez de desperdiçá-lo propondo charadas que não têm resposta.”
“Se você conhecesse o Tempo como eu conheço”, disse o Chapeleiro, “não falaria em desperdiçá-lo, como se fosse uma coisa. É um senhor.”
“Não entendo o que você quer dizer”, disse Alice.
“Claro que não entende!”, disse o Chapeleiro, atirando a cabeça desdenhosamente para trás. “Acho que você nunca sequer falou com o Tempo!”
“Talvez não”, respondeu Alice cautelosamente, “mas sei que tenho de bater o tempo, quando estudo música.”
“Ah! Isso explica tudo”, disse o Chapeleiro. “Ele não suporta ser batido. Agora, se você mantivesse boas relações com o Tempo, ele faria quase tudo o que você quisesse com o relógio. Por exemplo, vamos supor que fossem nove da manhã, bem na hora de começar as aulas. Você só teria de sussurrar uma dica para o Tempo, e o ponteiro giraria num piscar de olhos! Uma e meia, hora do almoço!” (p. 94-95)
Se você passa o tempo todo dizendo que não tem tempo pra nada, que o tempo não lhe ajuda, que o tempo é escasso, pense bem: Você pode estar batendo no tempo ao invés de lhe ser amigo.
A vida é muito curta para passar na frente da TV, ou apenas lendo livros, ou apenas rodeados de amigos. Tudo tem a sua importância e ser amigo do tempo significa compreender o que é melhor na sua vida naquele momento.
Está no momento certo de estudar e criar diferenciais? Já tenho diferenciais competitivos e preciso agora aprumar outros tipos de conhecimento?
Quanto tempo levo no meu dia com meus filhos? Com a minha esposa/marido? Com quem amo?
Quanto tempo levo indo ao trabalho? O que faço neste tempo? Leio? Estudo? Vejo movimento? Aproveito que estou dirigindo para pensar em algo diferente e deixar a mente ser criativa?
Tempo, senhor tempo…
Que o tratemos com carinho, atenção que merece. É através dele que a vida é vivida. É através da vida que realizamos nossos sonhos. É através dos sonhos que o amor floresce. E o amor, senhor tempo, é o que faz todo o resto ser relativo.