Mulher que havia sido condenada à prisão perpétua teve pena reduzida para oito anos pela Justiça argentina.
Uma decisão da Justiça argentina provocou polêmica no país. Uma mulher que havia sido condenada à prisão perpétua por matar um filho recém-nascido teve a pena reduzida para oito anos, sob a justificativa de ela viver em condições de “extrema pobreza”. O caso, que ocorreu na província de San Juan, na região da Cordilheira dos Andes, causou comoção entre os argentinos.
A mulher, Sabrina Zafra, de 30 anos, tem outros sete filhos. “Não quero fazer juízo de valor, mas nunca tinha visto uma sentença assim, na qual a pobreza provoca a redução da pena”, afirmou o radialista Marcelo Longobardi, da rádio Mitre, de Buenos Aires.
A morte da criança e a primeira sentença ocorreram no ano passado. A Justiça argentina reduziu a pena para oito anos no mês de setembro.
Quando foi acusada, Sabrina negou ter sido a responsável por afogar o bebê no banheiro da casa onde morava. “Não lembro o que aconteceu naquele dia. Jamais teria matado o bebê que eu mesma quis tanto”, afirmou ela, na época, à Justiça argentina.
Os juízes disseram que o fato de ela “não ter o apoio do marido” e de viverem “todos, pais e crianças, num único cômodo de quatro por quatro metros e em condição de extrema pobreza” motivaram a redução da pena. Os magistrados também citaram a quantia com a qual a família vivia – cerca 1,8 mil pesos (cerca de R$ 800) mensais – recebidos pelo marido de Sabrina, Miguel Sosa, por um trabalho informal.
Psicólogos que a atenderam ao longo do processo disseram que a mulher estava “sozinha e desamparada” quando o marido encontrou a criança e procurou a polícia. Inicialmente, ele foi acusado de ser cúmplice da morte do bebê, mas depois acabou liberado pela Justiça argentina.
Com informações da BBC Brasil.
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