Vivemos em um mundo corporativo onde o único objetivo é o sucesso. Entender que ter sucesso e fracassar são paradoxalmente semelhantes, quiçá iguais em alguns aspectos, é quase surreal para a maioria das pessoas.
As pessoas tendem a ver nos outros o sucesso, mas não vêem o quanto lutaram para estar lá. Tendem a ver no outro o fracasso, mas não percebem os motivos pelos quais podem estar indo para o mesmo caminho. E pior, preparar-se para enfrentar estes dois monstros ninguém parece se preocupar.
De um lado porque o sucesso só aparenta ter coisas boas, enquanto preparar-se para o fracasso parece estar atraindo coisas ruins. Divido um interessante artigo sobre este tema:
A Arte de Fracassar – Por Pema Chödrön
Quando a [Universidade] Naropa me pediu o tema do meu discurso, decidi não enviar porque pensei que, se eu o fizesse, eles não iriam me permitir falar.
Meu discurso é inspirado numa citação de Samuel Beckett, que diz mais ou menos o seguinte: “Fracasse! Fracasse de novo! Fracasse melhor!” Eu pensei que, se há uma habilidade que não é enfatizada, mas é realmente necessária é a de lidar bem com o fracasso. A fina arte de fracassar.
Há muita ênfase no sucesso. E, comprando ou não toda essa propaganda, nós todos queremos ser bem sucedidos, especialmente se considerarmos como sucesso “aquilo que tem o resultado que a gente quer”. Você se sente bem, coração leve, quando tudo dá certo. Por essa definição, podemos dizer que fracasso é tudo aquilo que não acontece exatamente como a gente quer.
E fracasso é uma coisa para a qual, geralmente, ninguém está preparado. Eu acho que se tem uma coisa que pode nos dar uma ideia de como agir quando as coisas não acontecem como a gente quer, é a educação contemplativa.
Você deve buscar bastante instrução e coragem e apoio para sentir como as coisas impactam você – não é se deixar arrastar pelo ocorrido, mas assumir a responsabilidade por tudo o que acontece com você e desenvolver ferramentas para lidar com sentimentos dolorosos.
E então, fracasse, fracasse de novo, fracasse melhor. É a forma de ficar bem e segurar a barra da vulnerabilidade em seu coração.
Pema fundou o mosteiro de Gampo Abbey, onde vive em Nova Escócia, Canadá.
Fonte indicada: nowmaste
Ler mais: http://www.contioutra.com/a-arte-de-fracassar-por-pema-chodron/#ixzz44jW8NiYZ
Deveríamos estar conectados conosco de forma a compreender melhor que para ter sucesso, o caminho é longo, de muito trabalho e principalmente de muito pensar, de muito criticar o que existe e raciocinar o que pode ser diferente.
De outro, que para fracassar basta nada fazer ou simplesmente não pensar, pois ao não pensar apenas repetimos os que os outros uma vez pensaram e num mundo tão dinâmico e rápido de mudanças não é o suficiente.
Onde anda o seu pensar ultimamente? Voltado no sucesso? No fracasso? Compreendeu que nenhum dos dois é garantia de nada? #FicaaReflexão